AÇÃO CÍVICA
Um grupo de pais da Escola Ribeiro de Carvalho do Cacém não consegue ser recebido pelo Ministro da Educação. Mas não desistem. Esta é uma das poucas escolas a nível nacional onde pais, professores e alunos estão todos do mesmo lado... e o Ministério do outro.
CARTA ABERTA
Exmo. Senhor Ministro da Educação e Ciência
Endereçamos a V. Exa., esta carta aberta, uma vez que por várias vezes nos dirigimos ao Ministério da Educação e Ciência, que V. Exa. tutela, com a intenção de lhe expor de viva voz as nossas pretensões. Nunca, e reitero a palavra, nunca fomos recebidos, apesar de prévias solicitações dirigidas por escrito a V. Exa.
Somos pais, encarregados de educação e professores de alunos e crianças das escolas EB1 n.º 1 do Cacém, EB1 Ribeiro de Carvalho, EB1/JI de Vale Mourão e Jardim de Infância Cacém n.º 1, que integram o Agrupamento de Escolas D. Maria II, Sintra, e encontramo-nos unidos numa causa maior: o superior interesse destas crianças e destes alunos.
Os professores e educadoras de infância, todos integrando o Quadro do Agrupamento de Escolas António Sérgio, mas em exercício de funções no Agrupamento de Escolas D. Maria II, em seu entender, estão a ser vítimas de uma injustiça por parte da tutela e pretendem a sua transferência para o Quadro de Agrupamento de Escolas D. Maria II.
A esta pretensão, o Senhor Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, tem respondido através da comunicação social que “um lugar de quadro só se obtém através de concurso”. Mas, disso os professores e educadores têm conhecimento, ou não fossem todos docentes de quadro de Agrupamento, Mas a questão é outra: Porque é que estes professores nunca foram providos em lugar de quadro no Agrupamento de Escolas D. Maria II?
Como diz a voz do povo “ninguém é bom juiz em causa própria”, por isso, os professores solicitaram um parecer ao Senhor Provedor de Justiça. Nesse documento, o Senhor Provedor para além de todo o enquadramento histórico e legislativo, que fez da situação, conclui dizendo: “… a situação descrita é ilegal, injusta e inoportuna. Ilegal porque não respeita o regime legal aplicável com caráter vinculativo. Injusta porque envolve a adoção de tratamento diferenciado, sem que fundamento material bastante o justifique. Inoportuna porque comporta lesão séria do valor da continuidade pedagógica e dos serviços públicos”.
Senhor Ministro, é urgente repor a legalidade. Se tal não acontecer, quebra-se a equidade entre os alunos destas escolas, pois durante 3 anos letivos seguidos foi concedida mobilidade estatutária para assegurar a continuidade pedagógica a antigos e atuais alunos destas escolas. E agora, porque deixou de ser importante a continuidade pedagógica? Senhor Ministro, estamos perante duas medidas diferentes para a mesma situação, o que num estado de direito, como o Português, não nos parece o melhor caminho a seguir.
Ainda outra questão: o que une pais, encarregados de educação e professores na mesma causa?
Vamos tentar clarificar:
Queremos que estes professores fiquem neste Agrupamento, porque sabemos que, inevitavelmente, a sua saída irá ter consequências graves na estrutura e continuidade pedagógica do mesmo. A hipótese de perder 27 professores de uma só vez não pode, em caso algum, ser benéfica para a boa aprendizagem destas crianças, e até, para a sua estabilidade psicológica e emocional. Aliás, a questão emocional é também de extrema gravidade, pois algumas das crianças visadas já apresentam sinais de instabilidade emocional, com pesadelos durante a noite e constantes solicitações emocionadas para que os seus professores fiquem. Isto apesar do esforço destes professores e dos pais no sentido de as proteger dos efeitos da expectativa em relação ao desfecho de todo este processo. Também em relação a isso, um bem-haja a estes professores!
Porque queremos que estes professores fiquem connosco? Evidentemente porque, para os nossos filhos, são os melhores. Porque a cada ano que passa o sucesso educativo deste Agrupamento é maior, porque ensinam, tratam e mimam os nossos filhos como só eles sabem fazer, porque abraçam cada projeto como se fosse uma causa de vida, pela dinâmica que impõem a cada atividade que realizam, porque apesar do momento que vivem de instabilidade nas suas carreiras continuam a ir para a escola com o mesmo entusiamo e dedicação que lhes conhecemos desde sempre.
Somos pais e encarregados de educação preocupados e por isso foram muitas as diligências e os pedidos de ajuda que dirigimos a várias entidades e personalidades. A todas aquelas que, com maior ou menor dedicação, acolheram esta causa como sua, o nosso muito obrigado.
Gostaríamos de ver reposta a legalidade nesta situação mas principalmente, ultapassar a injustiça que está a ser feita a estas crianças, que, neste momento, sofrem e sentem-se angustiadas pela falta de "atenção" para com elas, para as suas necessidades e desejos, na continuação dos seus estudos, com a confiança de que vivem num país justo, democrático e que pensa nelas como o amanhã.
AÇÃO CÍVICA
Hoje tivemos a visita da RTP com a deputada Catarina Martins
Queremos os nossos professores, dizem as crianças.
Queremos os nossos lugares de direito, dizem os professores.
Queremos justiça dizem os pais.
AÇÃO CÍVICA
Analfabeto
Fala-se muito contra o analfabetismo e ele é porventura um grande mal; mas não se repara em que há outros analfabetismos ainda mais graves: o de um especialista de determinada matéria que nada conhece do que os outros estudam ou o dos que vão morrer inconscientes do espectáculo em que Deus os jogou.
Agostinho da Silva
AÇÃO CÍVICA
AÇÃO CÍVICA
Freguesia do CACÉM. Cidadãos substituem a Autarquia, limpando o espaço público. Se esta não faz, não pode, deixe. Exemplos Cívicos de Cidadania. A 1ª fotografia mostra pessoas, limpando em frente à sua loja. A 2ª fotografia mostra a limpeza feita junto à vivenda, salvaguardando o seu bem, prevenindo.
texto de José coutinho - morador no cacem